fanzine Tertuliando (On-line)

Este "blog" é a versão "on-line" da fanzine "Tertuliando", publicada pela Casa Comum das Tertúlias. Aqui serão publicados: artigos de opinião, as conclusões/reflexões das nossas actividades: tertúlias, exposições, concertos, declamação de poesia, comunidades de leitores, cursos livres, apresentação de livros, de revistas, de fanzines... Fundador e Director: Luís Norberto Lourenço. Local: Castelo Branco. Desde 5 de Outubro de 2005. ISSN: 1646-7922 (versão impressa)

domingo, agosto 26, 2012

AS meninas da Síntese cap.06


Sargão de Akad  via-se  de pircieng , cabelo rapado  cheio de tatuagens, calçava uns ténis e vestia uns calções e uma camiseta.
Sargão não estava a perceber o que se estava a  passar. Quem o viu e quem o vê! À medida que a jornalista ia dando as coordenadas  sobre  o possível trabalho na discoteca  “O Vigário “.
- É  da maneira  que vamos descobrir  o que se passa  nessa discoteca. Não poderás confiar em ninguém. Se quiseres comunicar comigo poderás  usar o velho ship  com que nos comunicavamos  quando estavamos a séculos, milhares de anos de distância. Tinham  que dar a volta à questão, provar quem estava a manipular  todas as pessoas à volta era  sem dúvida Legalja-seji  que preparara o seu regresso. Roubara-lhe a filha e  usava o seu corpo. Como é que isso se dera? Qual era  o papel  dele? Na opinião de Caetana  ele seria um hititólogo especialista em literatura comparada na “Oração da Peste“ e no “Rei Édipo“. Dedicava-se a estudar as doenças a nível literário. Caetana deu-lhe o guião. Ele trabalharia no bar pois gostava de relações humanas. Sabia que havia um lugar vago e que a discoteca o Vigário era o local certo para fazer investigação médica nas bases  dos textos que estudara   para a sua tese. Ele dizia que tinha uma arma muito poderosa  para  poder  experimentar na cobaia. Lógico  que o dono da discoteca iria  cair na armadilha . Os dados estavam lançados.

Discoteca Vigário

Conhecendo a razão porque a cidade de Ur havia sido arrasada, Naram – Sim continuava  a beijar Benedita . Por momentos o jovem discursou numa língua antiga que Benedita  reconheceu logo.
- Onde aprendes-te essa língua ? –perguntou ela  cheia de curiosidade.
Ela percebeu-a. Sabia da notícia que corria pelo mundo inteiro do desaprecimento da figura de Naram-Sim do museu do Louvre. Tinha que se controlar antes que começasse a fazer libações naquela discoteca . Naram-Sim  não a ouvia ,nem sequer a olhava, olhava para um mundo que não conhecia e achava  de todo cheio de imperfeições à sua volta. Benedita olhou-o e disse-lhe que sabia quem ele era e porque ele estava ali atrabalhar, pela mesma razão que destruía a cidade de Ur. Fizera deitar abaixo a questão do pecado, da desobediência e ele estava a  pagar por tudo isso não era?
Naram-Sim sabia que Benedita estava a estudá-lo para ver se ele caía na armadilha da Senhora e do falso professor. Só ele sabia e um grupo que vinha do futuro que deveria recuperar as famosas tábuas de argila  de tradução hitita que deram origem  em 1914 à Primeira Guerra Mundial . Havia alguém muito próximo que seria vítima da sua própria arrogância intelectual. Era sem dúvida Carlota Joaquina era vítima  do seu próprio estudo e da tradução que tencionava fazer. A bibliotecária transformara-a na famosa larva. Era aquela a maldição. Todas elas deveriam trabalhar juntas para recuperarem a vida anterior. Para a  bibliotecário de Ur era um alvo a abater. Todos eles deveriam tomar as devidas precauções contra a jornalista pois ela estava mais próxima da verdade.